Recentemente “descobri” a Sergio Bonelli Editore, inicialmente procurei informações sobre o Tex, que era o único personagem que eu conhecia, porém rapidamente eu percebi que a editora é muito mais do que isso. Uma personagem que logo de cara me chamou a atenção foi a criminóloga Júlia Kendall, talvez por eu gostar da série do Sherlock Holmes. Então, comecei a ler a sua publicação mensal, a trilogia inicial é sensacional, li ainda o quarto volume posteriormente. Porém, nessas histórias a Júlia Kendall já está formada e é professora, além de ajudar a polícia a resolver os crimes.
Nesta graphic novel, vemos uma Júlia mais nova, ainda uma estudante, mas que já mostra onde poderá chegar futuramente. Não é uma história de origem da personagem, mas para quem ainda a está conhecendo, como é o meu caso, serve para mostrar um pouco mais de sua personalidade e também o seu grande potencial. Também mostra que os pesadelos já faziam parte de sua rotina e ao contrário do começo de sua história na revista mensal onde ela está em uma desilusão amorosa, aqui ela se apaixona e faz questão de deixar claro isso.
Em relação à história, ela acontece durante um congresso de criminólogos. Júlia é convidada por seu professor Cross, para acompanhá-la como sua assistente, pois alunos não podiam participar do evento, porém ele via nela um grande potencial e acreditava que essas experiências seriam válidas no futuro. Ela inicialmente reluta, por pensar que os demais colegas iriam falar sobre isso, que eles insinuariam que ela possuiu algum tipo de favorecimento ou ainda poderiam pensar que ela teria um caso com o seu professor, mas após uma conversa com sua avó, onde ela fala sobre as viagens que fez com seu avô, ela decide ir.
Durante a viagem, nos é mostrado um pouco do relacionamento de Júlia e Cross, os dois se mostram receosos, tem medo de ultrapassar o limite, seja ele qual for, pois, no final de contas, eles são professor e aluna. Ao chegar no local do congresso, eles descobrem que o hotel, na verdade, é um pequeno vilarejo com várias casas, e cada convidado ficará em uma. O congresso começa e a cada palestra que acontece, Júlia Kendall faz diversas anotações, tentando aproveitar ao máximo os ensinamentos passados, mesmo que por vezes ela esteja completamente perdida no assunto.
Eis que chega o intervalo das palestras e Cross aproveita para apresentar a sua pupila para Henry Chaplan, um conhecido seu que tem predileção por casos de delinquência juvenil, área de preferência da Júlia. Chaplan logo diz que esse ano sua palestra não seria sobre o assunto, que ele tinha uma surpresa, na verdade ele falaria sobre como os criminólogos seriam criminosos perfeitos, visto que são especialista em achar provas e desvendar os mistérios. Naquele momento essa sua afirmação pareceu uma brincadeira, porém no dia seguinte tudo mudou no congresso.
Cross e Júlia, em um momento de revelação, são surpreendidos com a notícia de que Henry Chaplan havia sido assassinado. Rapidamente a polícia chega ao local e a suposta brincadeira de Chaplan no dia anterior começa a fazer sentido. A partir daquele momento, todos seriam inocentes, mas, ao mesmo tempo, suspeitos. Os criminólogos começam a tentar desvendar o que está acontecendo, porém, sem a colaboração da polícia. Algumas teorias são levantadas, mas logo são refutadas, aparentemente ninguém ali teria motivos para ter cometido o crime. Então, por ideia de Cross, Júlia é nomeada por eles para auxiliar a polícia na resolução do crime, pois ela era a única pessoa entre eles que não conhecia ninguém dos convidados, então teria um melhor julgamento.
A jovem estudante se vê em uma grande pressão, ainda mais quando novos assassinatos acontecem, porém, nessa hora é possível notar a sua grande capacidade para solucionar crimes. O desfecho dessa investigação irá surpreender o leitor, principalmente a forma e o momento em que Júlia chegará em sua conclusão. No fim ainda sobrará tempo para Júlia e Cross terminarem a sua conversa que havia sido interrompida.
Este é o primeiro volume da graphic novel da personagem publicado aqui no Brasil. A edição vem em capa dura, formato maior que o italiano, papel de excelente qualidade e totalmente em cores. Para esse ano está prevista a publicação de mais um volume, dando continuidade a série de graphic novels da crimonóloga.