Magia Negra foi publicada originalmente em 1986 pela Sergio Bonelli Editore, inaugurando as publicações especiais de Mister No na editora italiana, 11 anos após a criação do personagem.
Para quem não conhece o personagem, suas aventuras se passam no Brasil, com ambientação nos anos 1950. Jerry Drake é um piloto americano que, após viver os horrores da 2º Guerra Mundial decide se isolar em selvas amazônicas, adotando a alcunha de Mister No. Ele tem a fama de ser uma pessoa difícil de lidar, sempre se colocando contra o sistema.
Por vezes, suas aventuras se estendem no território brasileiro, como é o caso desse primeiro volume da publicação especial, que está ambientada em Salvador, na Bahia.
Após um início tranquilo, onde vemos Mister No aproveitando o pôr do sol em Itapoã, o piloto vai tratar de negócios no Hotel da Barra. Não se trata de um trabalho comum, mas com o seu histórico, não existem dúvidas em seu contratante de que ele será capaz de cumprir o objetivo.
Mister No é contratado por um compatriota que está em Salvador à procura de seu filho desaparecido. Ele acredita que seu filho já está morto e por isso procura um médium que prometera evocar o espírito de seu filho e assim mostrar seu paradeiro.
Tudo estava indo bem, até que a sessão espírita é interrompida pelo professor Albert Polansky, alguém que dedicou a vida a desmascarar sacerdotes e místicos que supostamente operavam milagres. Mais uma vez Polansky revela uma farsa e após uma confusão, a polícia é chamada para resolver a situação.
Se por um lado Mister No ficou sem o trabalho de procurar o filho de seu compatriota, por outro Polansky o contrata para que ele o guie pelos terreiros da região e assim compreenda melhor as religiões e crenças de matriz africana, como umbanda, candomblé, catimbó e quimbanda (esta última o verdadeiro objetivo do professor).
Mister No somente aceita o trabalho após o professor prometer que não causará mais problemas. E claro, isso não acontece. Logo na primeira visita, Polansky acaba causando uma grande confusão que acaba com ele e Mister No presos.
Após uma mobilização da embaixada americana, os dois são soltos, embora Polansky tenha sido solto alguns dias antes. Quando Mister No é finalmente liberado, ele é procurado pelo diplomata responsável pela sua soltura para que encontre e traga de volta o mais rápido possível o professor Polansky, pois dessa vez ele pode ter ido longe demais. Mister No sai a procura do professor e é nessa jornada final que ele precisará encarar as forças sinistras que tentava evitar a todo custo e precisará lutar por sua vida.
Nessa história, temos o roteiro de Guido Nolitta, pseudônimo usado por Sergio Bonelli, já a arte fica por conta de Roberto Diso. Sergio Bonelli costumava viajar com uma certa frequência para o Brasil e com isso tem um grande domínio sobre nossos costumes e modo de vida, expressando muito bem na história. Em relação à edição trazida pela Editora 85, ela é simples, porém muito bem feita, trazendo uma boa relação custo-benefício.