Após postarmos a resenha do volume 1 e do volume 2 da coleção definitiva de Sandman, chegou a hora da resenha do fantástico volume 3 dessa coleção.
O terceiro volume da série reúne as edições 40 a 56 da saga e histórias curtas apresentadas nas edições especiais Sandman Especial 1: A Canção de Orpheus, Vertigo Preview 1 e Vertigo: Winter’s Edge 3, com cores reconstruídas e dezenas de páginas de extras, como uma galeria impressionante de artes baseadas no universo dos Sonhos, o roteiro completo da edição 50 de Sandman – a premiada aventura Ramadã –, textos e uma galeria totalmente dedicada aos perpétuos. Tudo isso em 616 páginas oníricas.
Como destaquei nas resenhas anteriores, eu já estava achando a obra sensacional, mas esse terceiro volume realmente foi além das minhas expectativas. Neil Gaiman é um gênio!
A arte e as histórias neste encadernado são excepcionais. Foi nessa edição que considero estarem os melhores arcos da história de Sandman até agora.
A “Canção de Orpheu” nos apresenta o filho de Morfeus que perde sua amada no dia de seu casamento e parte em busca dela no mundo inferior. Esta busca resulta em ainda mais tristeza para Orpheu e um fim trágico para a história que terá reflexos nos acontecimentos seguintes.
“Ramadã” também um arco bastante interessante, onde o califa de Baghdad temendo que sua cidade, considerada a joia das Arábias, desapareça um dia, busca fazer um acordo com Sonho para que a cidade dure para sempre e jamais seja esquecida.
E então se inicia o arco mais importante da história até agora, “Vidas Breves”. Neste arco, Morfeus e Deliruim saem numa jornada em busca do seu irmão Destruição, que a muito abandou suas obrigações e desapareceu. No entanto, a tarefa não é simples, pois, quando Destruição partiu, ele se encarregou de garantir que não seria encontrado por seus irmãos. Por essa razão, a busca acaba com um custo muito alto para Sonho e acabará gerando problemas maiores no futuro. Este arco é tão importante, pois, além de finalmente conhecermos Destruição, conhecemos um lado diferente de Morfeus, e nos encantamos com a jovem Deliruim em diálogos emocionantes e até divertido entre ambos. Além disso, conhecemos melhor como funcionam as atribuições e obrigações dadas a cada um dos perpétuos.
Por fim, o arco “No Fim do Mundo” onde estranhos de diversas raças e povos entre eles, fadas, homens e habitantes de uma necrópole, ficam presos em uma estalagem durante uma tempestade e passam o tempo contando histórias. Todas as histórias contadas são deveras interessantes e prendem a atenção do leitor. No entanto, o fim desse arco, que também encerra o volume, é bastante curioso e nos deixa temerosos e curiosos sobre o que está ocorrendo, pois, do lado de fora da estalagem uma procissão, que parece um cortejo fúnebre, marcham diversas criaturas e alguns dos próprios perpétuos com um ar triste e melancólico. Esse final sem dúvida atiça a curiosidade para descobrir do que se trata tudo isso no próximo volume da coleção.
Além do roteiro de Neil Gaiman, neste volume as artes ficaram a cargo de Jill Thompson, Vince Locke, Bryan Talbot, Mark Buckingham, P. Craig Russell, Michael Zulli, John Watkiss, Dick Giordano Michael Allred, Shea Anton Pensa, Alec Stevens, Gary Amaro, Kent Williams ,Tony Harris e Steve Leialoha.