Essa é aquela história em quadrinhos que eu gostaria de “descomprar“. A história é inexistente aqui, folheando as 136 páginas, os diálogos são pouquíssimos, da para contar nos dedos. Antes de iniciar de fato a “história”, existe um texto de introdução, que visa situar o leitor acerca dos acontecimentos que levaram nosso protagonista a ir para o deserto, lutando contra zumbis. Na primeira leitura, optei por ignorar este texto introdutório, visto que é demasiadamente longo e desinteressante, além de estar escrito em letras minúsculas, o que tira a vontade de ler. Mas procurando entender a história, voltei e fiz a leitura. Sinceramente queria “desler”.
Um texto introdutório sem pé nem cabeça, usando trocadilhos toscos, sem graça (eu não consegui rir), fazendo alusão a marcas e ou pessoas. Pra citar alguns, “Nes-Cow”, “Ru Indi Kamah”, “Ava-Jina”, “Deve-De”, “Blu Rey”, “Funk Enstein”, uma luta de entretenimento entre DVD e Blu-Ray, dançarinos de Funk, e Donald Trump. Tudo isso nosso mestre do Kung Fu, Shaolin enfrenta, antes da história de fato iniciar.
Em The Shaolin Cowboy: Buffet de Shemp, acompanharemos Shaolin, nosso personagem principal, e quase único nesta história. Até onde se sabe, ele é um monge que possui grandes habilidades de Kung Fu e aqui ele enfrenta uma horda de zumbis, lutando bravamente até acabar o combustível de suas motosserras. Porém, nem tudo está perdido, quando achamos que seria o fim de nosso mestre de Kung Fu, ele nos agracia com seus punhos, dando continuidade ao massacre dos zumbis no deserto.
São páginas e páginas a fio mostrando uma sequência de lutas intermináveis. Personagens secundários são inseridos de forma desconexa, sem explicação e somem da mesma forma. A beleza da HQ está na arte e nas cores, Geof Darrow, fez um trabalho excepcional na arte (não no roteiro), e Dave Stewart fez um belo trabalho de coloração. Fiquei maravilhado com arte e as cores, as páginas duplas de ação são excelentes, mas senti falta da história, uma contextualização do personagem.
A editora Mino, caprichou na edição, com formato de 19,8 x 29,7 cm, capa dura, e papel couchê de alta gramatura (115g), que destaca a arte e as cores.